
Os olhos injetados,
Coisas sem sentido passam na TV,
O cérebro não assimila mais nada,
Os dedos tremem loucamente,
Meu corpo não quer mais me obedecer,
Me sinto presa em uma caixa,
Uma insinuação de tristeza,
As coisas mudaram e eu mudei também,
Vejo minhas fotos antigas,
O sorriso não é mais o mesmo,
Olh para um tempo que não volta mais,
Existia felicidade lá?
Eu vejo você, no espelho, na TV,
No meu caderno quando escrevo,
Na gilette quando tento me cortar,
Mas você nunca diz para eu parar,
Eu penso se devo,
Pelos dias me arrasto,
Como uma atriz disfarço,
A faca que levo no peito,
Um sorriso gentil,
Palavras doces,
E todos acham que tudo está bem,
Hoje não vou ser positiva,
Nem quero,
Serei negativa,
Direi que quero morrer de uma vez,
Do que morrer aos poucos,
Se a vida não me interessa mais,
Por que esperar???
Lá fora chove,
Mas lá fora também faz Sol,
E eu não posso ir, e eu não posso brincar
Tanto não pude que a vontade perdi,
Começei, como uma jovem alegre,
Que era violentada pela tristeza, dia após dia,
Um estupro,
Um ritaul de dor,
Oferecido ao ninguém,
Com o passar do tempo
Me tornei submissa,
Me deixando levar,
Sem querer questionar,
O por quê de tanta desgraça???
Como pode?
O mundo está cinza!
O mundo está cinza!
Mas...
Faz sol lá fora,
E eu não vejo, e eu não sinto,
Imagens sem sentido,
projetadas na TV,
O cérebro não sente, ele não assimila,
Meus neurotrasmissores falham,
Minha serotonina sumiu,
Uma falha bioquímica
Que me faz entristecer,
Que me faz esquecer
Que me faz dormir
Me esqueço de sorrir,
Olha, desculpa você...
"Tristesse beau visage."
Gabriela Coutinho 25/12/08
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